quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A nova geração ( Cidade pequena - parte 3)

Na cidade de Abundância, os pré-adolescentes já estão com as asas de fora.
Na cidade de Abundância, a rapaziada dos 13,14 e 15 já se veem como adultos, e desfilam na noite com um cigarro numa mão e uma lata de cerveja na outra, com a falsa ideia de que amadurecer é isso.
Na cidade de Abundância, as "casas noturnas", destinadas aos maiores de 18 anos, têm em sua maioria meninos e meninas de apenas 16, que se misturam com os mais velhos e se sentem como tal.
Na cidade de Abundância, são poucos os que compreendem a fase da puberdade pela qual passam, e entendem que sua principal função no momento é estudar, deixando os namoricos apenas para os intervalos.
Na cidade de Abundância, as crianças escrevem cada vez pior, se comportam cada vez pior, e compõem a metade de seu vocabulário com palavrões.
Na cidade de Abundância, o aborto entre os menores de idade é algo quase comum.
Na cidade de Abundância, a nova geração sequer pensa no próprio futuro, quem dirá no futuro da cidade.
Coloque um funk proibidão no seu celular, tire fotos mostrando o dedo do meio e fazendo cara de mau, e quando for andar,não se esqueça de abanar a bunda.
A nova geração anda abanando a bunda em Abundância.
Papais e mamães conscientes, cuidem bem de seus "bebês".

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Futebol

Sou o gramado e a chuteira
Sou a trave e as linhas
Sou o meião e a caneleira
Sou o juiz e o bandeirinha

Sou os quarenta e cinco e o acréscimo
Sou os onze de cada lado
Sou o candula e o técnico
Sou os reservas e o quarto árbitro

Sou a grande e a pequena área
Sou pênalti, falta e tiro de meta
Sou o acerto e a falha
Sou o passe de letra

Sou o impedimento
Sou a bola e sou o gol
Sou o durão e o talento
Sou o artilheiro que marcou

Sou mesa redonda e mesa de bar
Sou a falta de assunto
Sou a torcida a comemorar
Sou a Copa do Mundo

Sou o narrador e o comentarista
Sou o placar e a goleada
Sou a convocação e a lista
Sou o trabalho e a pelada

Sou o futebol e o futebol
Sou o futebol e o futebol
Sou o futebol e o futebol
Sou o futebol e o futebol


Thiago dos Reis Carriço

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Sem bebida

Faltaria um pedaço, uma parte, um laço, a metade, o espaço, o start.
Sem bebida, sem saída, sem a ida nem a volta.
Sou bebida, sobrevida, moderada, engolida!


Recomeço

Alguém desfaça esse nosso disfarce
Olhar na face não é mais tão fácil
Antes do gol recebe-se um passe
Não parece pedra o material do palácio

E ao longe não se vê rachaduras
Nas proximidades do rancho estão
Ideias vencidas por trás da ternura
E o velho conceito não é mais padrão

A musica tema que marcou o outono
Se esquece na prateleira de outra estação
E volta com o tempo no meio do sono
Sem a capacidade da empolgação

As matas virgens foram penetradas
Nada de belo além de um sinal
O canto de um pássaro na madrugada
Lembrança daqueles lábios de sal

Até que é vista no céu a mesma nuvem
Que tampa a estrela mais bela para nós
Depois da esquina as paisagens que unem
O reencontro dos dois a sós


Thiago dos Reis Carriço
28/10/07

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Descalço

Um dia lhe disseram para viver com os pés no chão. A partir desse dia ele só passou a andar descalço, algumas vezes pisou em fezes de animais e até de gente, outras vezes pisou em cacos de vidro, mas sempre seguiu com os pés no chão.
Atualmente seu pé é um couro grosso, que afiação alguma pode cortar, entretanto, ele não sente mais a sola do próprio pé, e descobriu assim, o verdadeiro sentido de estar descalço.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Realizando sonhos

O que um fã é capaz de fazer para chegar o mais perto possível de seu ídolo?
No dia 07/08 deste ano, ocorreu o show da banda Nx Zero na 21ª Festa do Peão de Mangaratiba.
Eu estava trabalhando na festa e tinha direito à algumas pulseiras para a área vip, local onde as pessoas podem ver o show mais próximo.
Depois que entrei ali, ainda tinha comigo duas pulseiras, e escutava uma voz incansável gritando em minha direção logo na primeira fileira atrás da barreira que separava os "vips" dos "não-vips". Me virei e percebi uma menina que me berrava, talvez tenha visto a minha credencial e por isso achava que era eu quem determinava aqueles que iam entrar ou não, mas embora eu não tivesse essa moral toda, eu tinha pulseiras.Fui até a menina que implorou para que eu a deixasse entrar, disse que faria de tudo para ficar ali. No primeiro momento eu pensei que a diferença do lugar onde ela estava e onde eu estava era apenas de um metro, podendo chegar no máximo a dez metros, o lugar mais perto do palco, porém, depois de ver o olhar daquela menina percebi que a diferença na verdade era que ela estava ali excepcionalmente por causa da banda e que, cada centímetro mais perto ela pudesse chegar, ela ia fazer de tudo para conseguir.
Puxei a pulseira do bolso, os olhos dela brilharam, a entreguei e pedi para ela dar a volta e entrar. Foi o que ela fez.
Permaneci onde estava, ela fez questão de me abraçar e agradecer, antes de sumir entre as outras várias fãs que gritavam loucamente por aqueles rapazes que tocavam.
O show acabou, fui para a festa e quase que por um instante, esqueci o quão importante tinha sido aquele meu ato de solidariedade.Até que uma hora depois ela veio até mim, me deu mais um abraço e por três vezes, obrigado. Seus olhos continuavam brilhando, e foi nesse exato instante que eu senti uma das mehores sensações de todas: a satisfação.
Não pedi nada em troca, dei apenas um sorriso e perguntei se ela tinha gostado.
Quando eu ia saindo, pude escutar ela dizendo às suas amigas que eu salvei a noite dela.
Me virei e olhei para ela novamente.
Seu olhos continuavam brilhando.

"Entre razões e emoções, a saída é fazer valer a pena!"

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Jump

O indiano aí saltou de uma altura de mais de trinta metros, direto no mar.
Observem durante a queda, toda a movimentação que ele faz com os braços como quem quisesse controlar o ar, mas prestem bem atenção no momento do impacto com a água. Essa deve ter queimado as coxas!



Detalhe: Depois que ele cai na água, surgem dentro d'água, de repente, umas três pessoas nadando em direção ao mergulhador.