segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Salmo apócrifo

Eu sei que meu cajado também pode abrir o mar.
Levar-me entre as águas no princípio de meu êxodo.
Fazei de mim meu próprio líder nessa fuga de mim mesmo.
Onde em fim me reencontro tal como era antigamente.
E percebo que fugir de mim é o mesmo que me achar.
Eu sei que meu cavalo de madeira também pode me ser fatal.
Onde soldados saem do esconderijo e exterminam minha mente.
Fazei de mim o maior guerreiro e dai forças também ao meu calcanhar.
Nutra meu amor com correspondência.
Eu sei ainda que até cabelos me fazem escalar a mais alta torre.
Onde lá está a mais bela em seu quarto a me aguardar.
Fazei de mim determinado a enfrentar bruxas e feitiços.
E percebo que as feridas um dia hão de curar.
Eu sei que os verdes campos só se mostram a quem procura.
Mas aqueles que se perdem também podem encontrar.
Meu navio de madeira, minha bandeira,flutua o mar.
E o tesouro que o mapa indica pode estar em outro lugar.
Percebo enfim que o papagaio em meu ombro também fala sem pensar.
Fazei de mim um só espírito, um só corpo, um só olhar.

Esse cara crê, pode crer!

Momento da oferta em um culto africano.
Apesar das dificuldades, tendo a convicção de que sua oferta irá para obra do Senhor, ele doa com alegria.
Põe alegria nisso.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O cachorro que pensou que era gente

Ygor era um cãozinho muito esperto.Tão esperto que pensava que era gente.
Na cabeça dele os cachorros se chamavam seres humanos e os humanos se chamavam cachorro. Ygor pensava que era o dono das pessoas que cuidavam dele e que os cachorros eram os mais inteligentes do mundo, porque só eles conseguiam latir.
Quando Ygor via as pessoas indo trabalhar e estudar, ficava rindo porque ele não precisava fazer aquilo, a vida dele era só comer, dormir e brincar.
Uma vez Ygor viu o seu dono saindo de dentro de casa e pensou que ele tinha fugido, e começou a correr atrás dele latindo para ele voltar para dentro de casa.O dono ficou bravo com Ygor, pegou ele pela coleira e trancou ele na casinha de cachorro.Ele começou a latir mandando o dono soltá-lo, mas o dono não obedeceu e deixou Ygor preso.
Ygor ficou triste e pensou que estava sendo tratado como se fosse um cachorro.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O amor que eu não canto

Vocês vão ler agora uma poesia de meu irmão César Carriço Júnior, cujo título é homônimo do título da postagem .



Não canto o amor como canta o bêbado
Que ama todo conhecido
Mas que deixa de amar com a chegada da sobriedade
E da ressaca no dia seguinte
Não canto o amor como canta o Nerd
Pelos jogos e pelos vícios
Aquele amor de webcam e de salas de bate papo
Que desaparece quando a cam é desligada.
Não canto o amor dos que namoram
(Como quem arruma um emprego)
Pelo medo da solidão
Amor de contrato.

Não canto o amor das musas impossíveis
Daqueles que amam sofrer
Pela platonicidade dos sentimentos
Daquelas que desviam o olhar quando te vêem
Nem daquelas que dizem não quando querem dizer sim
E vice-versa.

O amor que eu canto não está em todo canto
Nem em poesias
Nem em uma noite
Nem em novelas
Nem em filmes.

O amor que eu canto só Deus sabe onde está.

César Carriço Júnior
17 09 10

domingo, 16 de janeiro de 2011

Filosofia da unha


Para se desfazer das unhas grandes, uns cortam e outros roem.
Para se aproveitar das unhas grandes, uns arranham e outros pintam.
As unhas estão ali, nos dedos, sempre silenciosas e sem aparente função para nós humanos.Se uma cair haverá outra embaixo, e na falta do que fazer, elas são passatempo certo. Seja para ficarmos apenas olhando, ora com os dedos dobrados, ora com eles esticados, seja para as mulheres passarem aquele esmalte.
A unha move mercados e capitais, através do esmalte, da tesourinha e da sujeira nas dos dedos dos pés.
Pode cortá-las pois elas não ligam.
Estão em eterno crescimento, cada uma no seu respectivo dedo.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Salva pela corda - Os heróis de cada dia

Uma mulher encurralda com seu cão pelas enchentes no Rio de Janeiro é salva por alguns vizinhos que heroicamente olharam e fizeram pela próxima e semelhante.
Perante a tragédia, o instinto de sobrevivência deve ser coletivo.
Digno de aplausos.




Para quem ficou com pena do cachorro, posto aqui este vídeo:

Confrontos Históricos II

Após a batalha épica de dança entre o superman e o spiderman, já tinha passado da hora de postar novos confrontos que ficarão marcados durante gerações e gerações!!!

Barney x Galinha







E agora, uma homenagem aos mascotes:

sábado, 8 de janeiro de 2011

Diálogos Eternos

Nesta edição, posto aqui duas cenas marcantes do filme " Sociedade dos poetas mortos".
A primeira é um diálogo onde o professor tenta mostrar aos alunos a importância de se aproveitar o dia, tendo em vista que todos nós um dia haveremos de morrer.
É o clichê do Carpe Diem, mas vale lembrar que o filme é da década de 80.




Esta é a cena final do mesmo filme. Não é basicamente um diálogo, nos mostra a importância de se ter um professor não apenas como educador, mas sim como um amigo e acima de tudo um líder!

"Oh Captain ! My captain!"

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Percepção

Não sei se você percebeu
Mas a estrela cadente hoje não passou
Ou será que fui eu
Que só abri os olhos quando ela apagou

Não sei se você percebeu
Que as promessas partiram e quebraram no chão
Espalharam e sumiram com a multidão
Ou será que fui eu?

O que falta para você perceber
Que até o tempo é apenas conceito
O coração continua batendo no peito
Ou será que não é você?

Ou será que não é você
Será que ainda não percebeu
Ou será que é mesmo você?
Está bem, eu sei que fui eu...


Thiago dos Reis Carriço
20/06/08

Paramos no erro que se encontrou

Dispersas palavras de ignorância lançadas a qualquer um
Mostram-se como sábios que jamais pararam para pensar
Detalhes de falsas imagens que se espalham em lugar algum
Que voam com o vento em busca do olhar
E hoje eu vejo você como uma flor comum
Pétalas, caules e folhas se perdendo no ar.

À procura dos lábios macios, da luz das acácias ao luar
Em frente ao inverso processo, para noite prolongar
Sistemático, problemático: quer se localizar
Esperando o sereno contato do brilho do céu à beira-mar.

Paramos no erro que se encontrou
Com o sentido da vida na palavra de amor
No balanço das asas de um beija-flor
É a fórmula certa do prazer e da dor.

É no raio de Sol que toca sua pele, no raio dessa criação
É no canto mais puro da linda sereia do mar da ilusão
É no vento ardente, no beijo envolvente, doce sensação
É na noite que envolve, revolve, uma séria e estranha sensação.

Paramos no erro que se encontrou
Alcançando o sentido de um vencedor
Voando, tão ágil como o beija-flor
Jóia rara sem brilho e sem nenhuma cor.


Thiago dos Reis Carriço
Fábio Vasconcellos Carriço