Aos pseudo-competidores

Um dos maiores defeitos que uma pessoa pode adquirir durante a vida é o defeito de competir tanto ao ponto de acabar competindo consigo mesmo e perdendo. É como um vício: Qualquer coisa que acontece ao redor dessas pessoas, elas acham que os outros estão fazendo com a intenção de diminuí-los, quando na verdade, em 95% dos casos, não estão sequer pensando nelas. Se alguém diz que achou R$ 10,00, essa pessoa diz que achou R$ 50,00; Se lhe dizem que estão interessados em alguém, essa pessoa vai lá e tenta conquistar esse alguém. Não por também estar interessado, mas para provar ao outro que é melhor. Até em jogo de peteca, se esse tipo de pessoa estiver perdendo, se sentirá humilhado. Normalmente são indivíduos que não têm qualquer relevante conquista social, e por isso, acham que devem mostrar superioridade em qualquer situação comum, fazendo com que se tornem cada vez mais desprestigiados. Se faz um gol no videogame, age como se fosse o autor do gol do título da Copa do Mundo. Não suportam escutar e reconhecer as conquistas dos amigos (se é que consideram alguém assim). A essas pessoas eu digo que tomem cuidado para que não fiquem paradas no tempo, correndo o risco de descobrirem que não são o centro do planeta tarde demais. Até lá, terão perdido todas as disputas ilusórias travadas bravamente contra amigos, família, amores e o pior, perderão para a própria imagem já enrugada refletida pelo espelho.

Os pré e os adolescentes dos anos 2000

A adolescência está se tornando uma espécie de mistura de fases, na qual os jovens têm confundido não apenas suas mudanças hormonais como também as coisas que podem ou não fazer nesse período, mergulhando de cabeça num mundo para o qual ainda deveriam apenas estar se preparando. A liberdade dada às garotas desde cedo tem feito com que as mesmas se iniciem e adquiram uma malícia comportamental precocemente, o que as fazem acreditar que já são mulheres completas, quando na verdade estão apenas pulando uma fase de pré-adolescência fundamental para seus futuros como adultas. E algo interessante é que o corpo parece acompanhar a mente e as atitudes, deixando-as fisicamente avançadas e tornando pouquíssimas as diferenças entre uma garota de 13 anos e outra de 20, bem como entre a mesma menina dos 13 anos até os 20. Com a facilidade de acesso a boates, bebidas e pornografias, e a proteção legal do não-me-toque, torna-se cada vez maior o número de adolescentes grávidas ou usuários de drogas e sem compromisso algum com os estudos, desrespeitando os professores e até mesmo os próprios pais sem que estes possam reprimí-los. No caso dos rapazes,é preocupante o número de menores de idade que bebem, fumam e usam anabolizantes, como se isso os fizessem ser homens de verdade. Meninos que, não satisfeitos em aprender a dirigir,pegam a chave do carro dos pais e saem ao volante com o único pretexto de "tirar onda", fazendo desde já, a combinação de álcool e direção. Estamos criando pessoas sem limites, e o futuro, não apenas deles, corre um sério risco de não ser dos melhores, até porque o presente já não é.

Artificiais

Estão todos se endividando para tirar onda com um carrinho.
Estão todos se anabolizando para tirar onda com um corpinho.
Daqui a um ano: sem carro
Daqui a dois anos: sem fígado.

E eu continuarei aqui, só invejando.

Novo tempo

É tempo de voltar a ouvir Zé Ramalho e Scorpions
É tempo de voltar a ler as obras de Nietzsche
É tempo de voltar a ser um pouco mais sério
Ser levado um pouco mais a sério

A trajetória rimada de um poeta torto (ep.1- 1ª conjugação)

Acordou tentando lembrar
Da poesia que fez antes de apagar
Com um sono tão forte que o impediu de anotar
As rimas mentalizadas que resolveram escapar

Em casa e no bar seu café foi tomar
Quase flagrou a cônjuge com outro a passar
Olhou para os bolsos a procurar
Moedas, esmolas para o mendigo lanchar

Pensava em novas formas de poder rimar
Maneiras diferentes de se expressar
Presentes para a amada então foi comprar
Com todo cuidado para não endividar

Duvidando como sempre de que ela ia gostar
Por mais um minuto ia de novo se atrasar
Chegando no trabalho começou a digitar
Até que o telefone assustou-lhe ao tocar

Era o seu chefe a perguntar
Se os documentos já haviam sido mandados carimbar
E naquele momento resolveu desligar
E ficou olhando para a estagiária que fingia trabalhar

Achou que um novo poema ela poderia lhe inspirar
Mas lembrou de sua mulher e resolveu ignorar
De volta a casa, o almoço a cheirar
E do quarto um barulho o fez se virar

Boo!!

Diálogos eternos - O grande ditador

Chaplin, talvez no momento mais marcante de toda a sua carreira.
Prestem bastante atenção e reflitam sobre essas excepcionais palavras.
Provou que um bom palhaço pode ser também um grande filósofo.