segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

A trajetória rimada de um poeta torto (ep.1- 1ª conjugação)

Acordou tentando lembrar
Da poesia que fez antes de apagar
Com um sono tão forte que o impediu de anotar
As rimas mentalizadas que resolveram escapar

Em casa e no bar seu café foi tomar
Quase flagrou a cônjuge com outro a passar
Olhou para os bolsos a procurar
Moedas, esmolas para o mendigo lanchar

Pensava em novas formas de poder rimar
Maneiras diferentes de se expressar
Presentes para a amada então foi comprar
Com todo cuidado para não endividar

Duvidando como sempre de que ela ia gostar
Por mais um minuto ia de novo se atrasar
Chegando no trabalho começou a digitar
Até que o telefone assustou-lhe ao tocar

Era o seu chefe a perguntar
Se os documentos já haviam sido mandados carimbar
E naquele momento resolveu desligar
E ficou olhando para a estagiária que fingia trabalhar

Achou que um novo poema ela poderia lhe inspirar
Mas lembrou de sua mulher e resolveu ignorar
De volta a casa, o almoço a cheirar
E do quarto um barulho o fez se virar

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